A vontade dos Caminhos...

Alargam-se dentro de nós
Caminhos natos e gentis
A nos falar realidades,
Verdades que se jogam
Incrustadas no segundo que passou...
Revelam-se por vezes
Verdadeiros terremotos,
Em outras tantas,
Agitadas eficiências,
Deslumbradas coerências,
Fulgurantes fotografias...
Há uma dança de formas,
Um pintar-se de cores,
Uma orquestra de rumores,
Um jogral de notas soltas
Que moldam nossas veredas...
Depois se aquietam
Num quase não acreditar
Por não serem ouvidas,
Por ser inócua a tentativa,
Por não serem percebidas
Por quem acabou de passar...

... E ficam assim, absortas, nossas verdades
Até o próximo rumor de passos...

Se olharmos para nós,
Somos assim sem cuidado,
Somos assim, seres desvinculados
Nesse transloucado buscar...
Permanecemos perdidos
Num redemoinho existencial,
Quando não atentamos com carinho,
Nem iluminamos os Poemas
Escritos pelo Caminho...