Luz da manhã

A borracha apaga o tempo

o que minhas palavras não ousam,

faço em tinta e papel.

Dedilhar versos e tons

um tanto menores do que sou,

neste vasto mundo.

Um encontro ao ensejo.

Dos meus ouvidos surgia uma única canção,

espelhos dos seus sólidos gestos.

Espelhos.

Enigmas e desfechos inusitados.

Conheço há pouco tempo

e sei que mesmo em gestos bruscos,

têm alma vestida de ternura.

A luz abre a janela,

vê o céu,

inspira o ar da manhã.

Acende um cigarro...

2006

Aglaé Meinberg
Enviado por Aglaé Meinberg em 27/11/2006
Reeditado em 28/05/2008
Código do texto: T302813