A MÁQUINA CIRCUNSPECTA
Aquele homem, braços rígidos
Como o aço
Forjado na simples figura
Do chofer de caminhão
Aquele homem, há de estremecer
O mundo
Com seu grito de horror
Há de assustar os anjos
Na madrugada fria
Com seus passos de tantas léguas
Há de atravessar auroras
E surpreender Deus engendrando os dias
Soubesse aquele homem da força adormecida
Entranhada em sua parca carne...
Ao que caminhou, diminuto
Grave e pobre, despido de si mesmo
* * *
Goiânia, 28 nov 2006