Por quê?
Por que não crer em sua existência?
Quero saber por que estou assim tão preocupado.
Já que me foi provada sua presença em tantos sonhos.
Por que então ando tão aborrecido pela sua ausência?
Procuro saber o por quê de você andar afastada das minhas noites.
Será que me ignora, ou estará tentando renunciar o noturno convívio?
São muito ásperas as noites por que passo sem sua presença idílica.
Teria você mudado de rumo porque anseias por outros sonhos?
Se assim for, quero saber o porquê de sua decisão.
Eis por que justifico e me permito estar tão preocupado.
Creio que os porquês mais uma vez me vieram à luz,
Porque não é fácil encontrar o porquê de toda essa confusão.
Este é o caminho por que segue o poeta envolto nesse inferno particular.
É um drama por que muitos estão passando,
Quando lhes cortam os véus que em sonhos são revelados.
Pois, por serem poetas, vêem claro o que claramente lhes são oculto,
Enxergam os mais escondidos dos tesouros que lhes adoçam a alma.
Dê-me mais uma chance de revê-la como precioso tesouro.
É por isso que abro a janela do sono - porque a saudade está insuportável,
Para que você volte, sempre vestida com a ousadia quase nua,
Realçada pela tinta que a sua beleza por si só pode dispensar.
Esta noite vou deitar com a certeza viva de promessas do paraíso
Repleto de prazeres que aos poetas, ainda que mortais, é concedido.
Por quê, afinal, questionar sua existência, onde há sonho a vida é abundante.
Onde há sonho, ali a vida é abundante.