DE UMA CITY PERDIDA, OS ACHADOS DA LUA!

Voei como se pérolas brotassem

No alarde do tempo que a vista cansa

Dança na forma de um beijo celeste

Vaguei pelos mistérios incertos

Pedra polida na terra partida, flor

Agulhas para salpicar o chão

Do inverno que passa arisco

Outra passagem da mulher que nua

Atravessa aquele farol sem barra

Sonhos que viram orações latinas

Teu corpo imerso no meu prazer

A esfera com algo que toca...

Inacabados sonhos de blues ardentes

Pela City que brota no ágora

Vou clamar os amores náuticos

Da armada que invade esta Ilha

Jardim para diversas metáforas

Saia das trevas de vez

Chega de dizer tantos adeus

Sopro que invade teu corpo

Lateja a boca em teus seios

Amando com a Lua tão caliente

Na torre da nau escura

Esse tempo vaga no esteio

Novos cascalhos cobrindo calçadas

Têmperas embutidas no prédio

Sementes para novas palmeiras

Outros frutos escarlates no atro

Ramones tocando no rádio

Um sinal fechando muito rápido

Quando o tempo pede em complô

Na avulsa revista eletrônica

Meu beijo te transporta ao passado

Passando a noite noutra praia

Achei a Lua tristonha, viste

Mais pedras a cercar o Jardim

Você caminha nua pela sala

O vidro aberto da porta de estar

Mais uma semana para voltar o barco

Sem pegadas batendo na areia

Vaga tranquila em seu dispertar

Trêmula manhã de um dia de domingo

Veio das estrelas o aviso de chuva

Espessas páginas para a letra feita

Entre a City que me chama

E o teu colo que me leva adiante.

Guardarei outras flores para o dia seguinte!

Peixão89

(15/10/2003 09:13:38)

Peixão
Enviado por Peixão em 03/07/2005
Código do texto: T30750
Classificação de conteúdo: seguro