Cidade Vazia...

Grande metrópole cinzenta.

Imensidão de ferro e concreto.

Tu és majestosa e encantadora.

Quantas luzes, quanto movimento.

Em meio a todo esse movimento,

A multidão se esbarra ao correr,

Sem ao menos se perceber.

Seguindo a esse movimento,

Nenhum olhar inócuo,

Nenhuma morosidade.

Nenhum afeto.

Por onde passo ninguém me vê.

Quem me vê, não quer saber quem sou!

Meus acertos e meus erros.

Minhas alegrias e minhas tristezas.

Sentimentos sem valor.

Aos alheios não sou nada.

E na movimentação de todo nada, continuo o caminhar.

Caminho por entre fantasmas.

Entidades que não cansam de me atormentar.

Brincam com meus passos, zombam de meu andar.

As vezes caio em suas traquinagens.

Tropeço em seus mau feitos.

Mas, levanto-me seguindo envolto ao mar cinzento,

Buscando juntar o entulho de um ser em frangalhos.

Corro mais que meus pensamentos.

Vôo além de minha ignorância.

Liberto-me dos fantasmas de mim mesmo.

Vejo novamente a imensidão de concreto.

Os olhares inócuos voltam a fazer parte,

De o estupefeito habitar de minha alma.

Renovo-me e retomo o caminhar,

Por entre os guarda-chuvas que aparam a garoa.

Lagrimas que resvalam em meu rosto,

Como se fossem a redenção de meus pensamentos.

Só, comigo mesmo! Cercado de todo o nada...

Continuo a caminhada.

...

L Max
Enviado por L Max em 04/07/2005
Código do texto: T30952