Este Inverno
Começa agora a fazer frio,
A árvore outrora verde está crua, sem cor.
As minhas mãos, castanhas, da terra, lavrar
De onde arde a minha memória,
Como na chama
Que escava a lareira.
É o Inverno. De dentro, da vida.
De ti, tenho-te de palavras,
Maiores saudades que das imagens.
De ti, que me empurra no frio, no aço
Das cores, no nenhure do verbo.
Mas estás mais forte, maior,
Como mais filho, mais amor,
E eu mais longe a ouvir.