Este Inverno

Começa agora a fazer frio,

A árvore outrora verde está crua, sem cor.

As minhas mãos, castanhas, da terra, lavrar

De onde arde a minha memória,

Como na chama

Que escava a lareira.

É o Inverno. De dentro, da vida.

De ti, tenho-te de palavras,

Maiores saudades que das imagens.

De ti, que me empurra no frio, no aço

Das cores, no nenhure do verbo.

Mas estás mais forte, maior,

Como mais filho, mais amor,

E eu mais longe a ouvir.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 16/12/2006
Código do texto: T319532