***SEMENTE***
Não sei se quero cantar a dor desse momento
e até fazer dela mais um soneto
desatando laços de um amor que terminou.
Porque é tão amargo esse momento
quando nem se entende o que restou
talvez um misto de carinho e lamento.
Nesse momento nem lembro do quanto fomos íntimos
só consigo ser calma, taciturna, lenta
num sentido doce, intenso e imortal.
De alguém que parte e deixa no armário uma história
por vezes divertida, irreverente e alegre
ao mesmo tempo que criminosa, dorida e cruel.
Que mata em mim um sonho de amor eterno
daqueles que se fazem com álbuns de fotografias
cadeiras velhas, festa de aniversário, cães e netos.
Por isso, arrumo tua mala e me despeço
dos teus pertences, das tuas artimanhas e jeitos
que marcam um tempo que me transforma e amadurece.
Olho no espelho e encaro a realidade dos fatos
não para ser folha morta ou fruto que apodrece
mas para ser semente que se renova...
Nikitita...a poetinha de Niterói