MAL-ESTAR

Agem em mim malignas influências...

Urge saciar a sanha que devora

Gulosa minha mente e que deflora

Uns restos que mantive de inocência.

Se todos têm a ânsia em que eu vivo,

Também devem guardar as aparências,

Ocultando a grotesca putrescência

Da degeneração da qual derivo.

Onde passo, meu triste vulto esquivo

Se torna alvo do asco e do desprezo...

Adestrado no Pecado e também preso

Na lógica das coisas diabólicas,

Jovem ainda sou, porém já sinto

O apetite genético do instinto

Secando minhas fontes metabólicas!

B S Pereira
Enviado por B S Pereira em 10/07/2005
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T32744
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