SONETO - II

Entender não consigo o que é isso

Que ocupa minha mente já faz dias:

Um misto de espontâneas alegrias,

E um laivo adocicado de feitiço...

Somente a procedência desse viço,

Que nutre tão estranha fantasia,

Sei qual é, e tu mesma saberias,

Se meus lábios radiassem teu sorriso.

Mas não serão, talvez, esses efeitos

Presságios de um pungente sentimento,

De encobertos espinhos todo feito?

Rejeito, porém, tal pesar aflito,

E me flagro em total deslumbramento

Buscando nos teus olhos o Infinito...

B S Pereira
Enviado por B S Pereira em 10/07/2005
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