TARDE
Na verde alfombra do macio relvado,
À fresca sombra da araucária altiva,
Fico por horas, atento e extasiado,
Votando à tarde adoração cativa...
Tudo está em paz. Pela extensão do prado
Repousa a mata silente e inativa
Enquanto o céu, no báratro azulado,
Abriga nuvens erradias e esquivas.
E se afigura a tarde tão serena,
Que até surgir a vesperal estrela,
Mantém-se a mesma mansidão completa...
E ela traz-me sempre o mesmo tema:
“Pode quem vive a presenciar sem vê-la?
Pode alguém vê-la e não virar poeta?”