TARDE

Na verde alfombra do macio relvado,

À fresca sombra da araucária altiva,

Fico por horas, atento e extasiado,

Votando à tarde adoração cativa...

Tudo está em paz. Pela extensão do prado

Repousa a mata silente e inativa

Enquanto o céu, no báratro azulado,

Abriga nuvens erradias e esquivas.

E se afigura a tarde tão serena,

Que até surgir a vesperal estrela,

Mantém-se a mesma mansidão completa...

E ela traz-me sempre o mesmo tema:

“Pode quem vive a presenciar sem vê-la?

Pode alguém vê-la e não virar poeta?”

B S Pereira
Enviado por B S Pereira em 11/07/2005
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