SOMBRAS

Observava a minha sombra

Adiante de mim,

Na calçada,

No final da tarde,

Alongada:

Perna-de-Pau,

Palhaça,

Homem-Borracha...

Tentei pegar o cachorro que passeava.

Ele olhou para mim,

Nem ligou para a sombra.

Me senti ridículo:

Braços para cima,

Mãos crispadas,

O Monstro na calçada

E o cão olhou para mim...

O Monstro serei eu?

Insano! - Não se fazem mais cachorros como antigamente!

Um menino riu,

Se aproximou,

Os olhinhos brilhando,

Olhava para mim,

Para a sombra e para o cachorro.

Ergui novamente os braços,

Mãos crispadas,

Fiz a sombra correr atrás do cão...

Três ou quatro passos atrás de mim,

Outra sombra monstruosa me seguia

Fazendo - UUUUUUU!

Correndo feito criança

Atrás do cachorro...

Estou salvo da minha demência,

Pensei.

Um menino a compreendeu.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 29/12/2006
Código do texto: T331486
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.