SONETO AO BOTÃO
O botão é redondo,
Inscreve-se numa circunferência.
Não tem princípio nem fim.
Não tem vaidade. Só existência.
É essencialmente um viajante.
Não sei se será feliz.
Vive pregado a um destino
Que não escolheu nem quis.
É um pobre condenado
Qual Jesus, crucificado,
Numa camisa de pano fino.
É um triste esquecido
Quando velho e partido
Tem o lixo como fim.
25 de Novembro de 1991