SONETO AO BOTÃO

O botão é redondo,

Inscreve-se numa circunferência.

Não tem princípio nem fim.

Não tem vaidade. Só existência.

É essencialmente um viajante.

Não sei se será feliz.

Vive pregado a um destino

Que não escolheu nem quis.

É um pobre condenado

Qual Jesus, crucificado,

Numa camisa de pano fino.

É um triste esquecido

Quando velho e partido

Tem o lixo como fim.

25 de Novembro de 1991

Vitor Dengucho
Enviado por Vitor Dengucho em 13/11/2011
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