A Cura

Há tanto o que se esquecer nesse meu pensar cansado.

Não gosto dessas lembranças.

Amargo veneno são as mágoas.

Gasto esse sentir velho, fedendo a mofo, para que se esgote.

Para que sangre nas lágrimas derramadas do passado.

O rosto menino da fome.

A trança da criança sem laço de fita.

Essa depressão maldita que me devora.

Quero vomitar essa culpa.

Tão minha...

Tão sua.

Curar-me desse câncer chamado memória.

Coisa esquisita é viver.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 19/11/2011
Reeditado em 19/11/2011
Código do texto: T3345053