Poeta - (Inspirado no poema "Pra que fazer poesia...?", de Malgaxe).

Perguntas: “por que fazer poesia?

Se a realidade é hipócrita,

E perfuma mãos incompetentes”?,

Sob o risco de ser idiota

Desequilibrado e mesmo demente

Me abro em versos sem simetria.

Se “eles não sabem onde está a lua

E rasgam a vida ao dizer eu te amo”

Não só das ruas não são poetas

Nem só dos lábios são profanos

Como os desencontros das retas

Num corpo de mulher nua.

Pois a vida é poesia,

E viver é ser poeta.

Mesmo no negro eclipse,

No fundo da alma está a lua.

E um “eu te amo” é demonstrado

Com ou sem palavras...

Ainda bem que no meio desse caos, Poeta,

“divagas sobre a poesia”.

E mesmo após a morte permitida

Ressuscitas outra vez a fantasia

Em sua inspiração já combalida

Pois teu poema é imortal.

Quanto à mim, apenas me aventuro a pôr para fora

Aquilo de que meu íntimo está cheio,

Versos sem ritmo, métrica ou rimas.

Pois acredito que a poesia é o anseio

Que brota do fundo da alma e aninha

Em seu ventre, toda dor que o corpo chora.

Enquanto você e eu, em “inventisses” vagarmos

A poesia e sua magia estará salva.

Mesmo que não caiba no meio acadêmico

Nossos versos vindos do íntimo, da alma

Vão contagiar, num abalo forte e endêmico

A inspiração do poeta adormecido.

E que seu poema faça rir,

O riso fácil e o riso sincero

Que causem calafrios,

Que criem a emoção que espero.

Pois és poeta, então, vai

e poetize... com esmero.

(Inspirado no poema "Pra que fazer poesia...?", de Malgaxe).

Délcio Mores
Enviado por Délcio Mores em 22/11/2011
Reeditado em 02/12/2011
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