Faltou, mãe...

Ontem chorei, quando não te encontrei;

Faltou-me teus braços e teu colo macio,

Faltou alguém para ouvir os sonhos que sonhei,

Faltou a mão carinhosa para aplacar o vazio.

Hoje acordei em prantos e...mãe...sabe,

Ando tão só, que já falo com as paredes,

Se estivesses por perto, que sabe,

Entenderias as minhas aflições e sedes.

Tu sabes, ó mãe, das minhas dores;

Tu conheces meu coração por inteiro,

Te falei dos meus confusos amores,

Como eu, só tu lembras do primeiro.

Hoje me faltou o teu riso cúmplice,

A tua complacência silenciosa,

Quando meu olhar se perde súplice,

Em mais uma mazela amorosa.

Faltou, mãe, teu beijo de aprovação,

Faltou o prêmio do teu beijo gostoso,

Quando conquistei minha realização,

Faltou, mãe, teu incentivo precioso.

Mãe, porque a vida nos faz distantes?

Não estás aqui a colher comigo os frutos,

Mas são tão teus, esses parcos instantes,

São tão teus, estes meus chorares brutos.

Enquanto o mundo ria, tu me acreditavas,

Se eu chorava, me empurravas pra frente,

Minhas desistências nunca aprovavas,

Diante de ti nunca fui inconseqüente.

Faltou, mãe, teu abraço em volta de mim

Tuas palavras de consolo teu braço amigo

Faltou teu olhar, me olhando e dizendo sim

Faltou, mãe, você estar aqui comigo...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 05/01/2007
Código do texto: T337453
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