Das crenças no eterno

"Eu bem que quis acreditar na eternidade..."

E me pensei "ser de luz"

mas sou fogo-fátuo, mero efeito

do rarefeito gás emanado dos aterros

ou de enterros malfeitos

[sabe-se lá o leito final dado aos meus versos?].

Quis crer na eternidade

mas me vi meteorito e brilhei por um instante;

do espaço ao chão me fiz pó de estrela...

E a eternidade durou menos que nada - um átimo

da fissura do átomo - múon? sou isso?

trespassando corpos, almas, pensamentos?

Essa eternidade efêmera dos sonhos interrompidos

pelo estampido, pelo grito na noite de medos e estertores

ou da manhã que irrompe à luz do sol rompente,

rompante corcel trazendo o dia, o tédio, a monotonia

e essa melancolia de poeta aprendiz

tentando crer no não ter fim.

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 19/01/2012
Código do texto: T3449094
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.