Não quis te ver na noite que chegava
Porque o teu olhar ficou embutido
Em lembranças perdidas na saudade
Mas eu o via como suave pétala
A roçar meu rosto que enrubescia
Impulsionada pela hora do crepúsculo...

Meu coração era um braseiro
Qual fogueira queimando meu chão
Minha vida era um broto fecundo
Que o sol iluminava sem limite
Jorrando luzes que cobriam os montes
E clareava as planícies da minh'alma...

Na cor estridente do horizonte
Ressuscitei teu olhar e o tirei
Das entranhas da terra ressequida
E pousei meu olhar no teu e vi teus olhos
Como chama ardente se abrirem
Para receber a noite e despedir-se
Do dia que morria, deixando saudade...