DE FOLHAS E DE SONHOS

Encosta desce

a cachoeira de sonhos

lavrada a doce neblina

Tudo é claro agora

nos cristais da aurora

apenas o surdo silêncio

e sob as folhas

molhadas de orvalho

duendes adormecem

Na pétala da flor

Uma lágrima expira

No perfume do desejo

O que se sonha agora

Apenas um pássaro

Algo furtivo na mente

Um gosto de sol

O toque de rugas

Irrigando o sorriso

Duas aves no céu

Afinam toda ambigüidade

Do estranhamento

Por fim um vôo final

Sopro de sonhos

Na névoa da alma

(Jiddu Saldanha/ Jean-Pierre Barakat)

22.09.2003

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 05/02/2005
Código do texto: T3490