DE FOLHAS E DE SONHOS
Encosta desce
a cachoeira de sonhos
lavrada a doce neblina
Tudo é claro agora
nos cristais da aurora
apenas o surdo silêncio
e sob as folhas
molhadas de orvalho
duendes adormecem
Na pétala da flor
Uma lágrima expira
No perfume do desejo
O que se sonha agora
Apenas um pássaro
Algo furtivo na mente
Um gosto de sol
O toque de rugas
Irrigando o sorriso
Duas aves no céu
Afinam toda ambigüidade
Do estranhamento
Por fim um vôo final
Sopro de sonhos
Na névoa da alma
(Jiddu Saldanha/ Jean-Pierre Barakat)
22.09.2003