MADRUGADA
É por meio de um silêncio
Que chegas a mim,
Sob a luz desmaiada da lua:
És orvalho na minha madrugada.
Esse amor que ora se entrega
Manso e devoto,
E que outrora se negou
Às minhas preces,
Vive, íntimo dos meus lábios,
Muito além da memória de ti.
Vibro na vitória do teu beijo
Que dilacera essa manhã,
Vencendo o tempo:
E toda a minha agonia.
© Jean-Pierre Barakat, 18.03.2004