GRILOS

Os Grilos não quebram o Silêncio da Noite.

Eles o arranham;

Nele afinam suas patas

Para tocar seus violinos,

Criando o Silêncio Tridimensional

Que se espalha pelo céu da noite,

Que enche os meus pulmões de brisa fresca

Os meus olhos de estrelas,

E o meu ouvido com a vontade de ouvir

Tantas vozes que nem sei...

Os Grilos eram os meus Índios terrenos

Que batucavam seus tambores para o seu Rei:

O Grande Rei dos Grilos era eu,

E como era vasto o meu Reino,

Tão vasto quanto a Noite,

Em todos os gramados, estradas, postes, pedras, pontes.

Eu cresci

E os Grilos cresceram comigo:

Hoje solfejam para o seu Deus

A linha melódica que o liga com o seu cosmos,

E como é vasto o meu Cosmos,

Tão vasto que engoliu a Noite inteira e eu.

Traduz um Grilo uma voz

E eu a escuto

O que conta

E me encanta;

Deixa-me rindo com palavras nas mãos...

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 17/01/2007
Código do texto: T350368
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