LEITE DERRAMADO

LEITE DERRAMADO

“Ora (direis) ouvir estrelas!”

Sim, ouço-as, vejo-as,

Lá, a Oeste,

Vê, nesta madrugada verão-outono,

Por meio de espelhos de luzes enviados pelo Sol,

O brilhante enamorado Vênus

Sussurra carinhos

Ao alaranjado Júpiter:

Amor de incomparável beleza e magia,

Amor platônico.

Num gesto de ternura,

Eis que o Planeta Gigante estende seus anéis em direção

Ao feminino Vênus.

Desejo de carícias, distâncias astronômicas!

Tristeza e melancolia no luzeiro do céu.

A ordem do perfeito alinhamento celeste promove o desentendimento.

E a olho nu contemplo o Planeta Branco alado e quase Amarelado prestes a inundar de lágrimas-faíscas a galáxia solitária, láctea, leite derramado...

puro amor, por amor à Grande Mancha Avermelhada por amar.

Inumeráveis asteróides, milhares de estrelas, incontáveis meteoróides e cometas,

Incomensurável é o amor não consumado,

Amor incompleto,

Sem fim,

Ei-lo, enfim, nos confins do firmamento do céu de Outono.

Ouço lamentos...

Prof. Dr. Sílvio Medeiros

Campinas, é madrugada de 20 de março de 2012.