DISTORÇÃO

Caiu o pano e os rostos distorcidos

Das telas de Picasso, entraram em cena

Ciúme...Inveja...fez-se tema!

O teor da obra, nem foi lido

Na entrelinha, outra foi entendida

O ator sonhador preocupou-se...

A atriz sorri ante a insanidade da platéia

Viva o amor, na sua plenitude!

Deixe-o repousar na quietude dos que amam

Muito além do sexo...Muito complexo?

A alma poética sobrevive do verso vivo

Do querer transparente, além da tela

O pintor desenha o que lhe vem à mente

O poeta escreve o que seu coração sente

O maledicente prega a sua verdade morta

Guardada atrás da porta...

Distorce a face, distorce a essência,

Numa viagem cruel de quase demência

Deixa voar teu sentimento, sonhador

Distorções, sempre haverá, como não?...

Mas os sentimentos doces, sobreviverão!