Jogo
O que eu posso fazer,
Se me encurralei
No meu próprio blefe?
Se o gracejo do meu olhar
Tornou-se espelho do teu,
Se eu gozo e rio,
Afim de ter você dentro de mim,
Meu segredo?
O que eu faço agora,
Que abri as portas de meu ventre
Que disse não, dizendo sim?
Tenho de ser dura
Para ser gentil contigo.
Quero me jogar
Em véus grudentos de doçura
E ser vulnerável,
Sendo a dona de teus braços...
Como manter a minha pantomima,
Brincar de imperatriz,
Se meus olhos já não mentem
Que de joelhos suplico teu gosto,
Meu Objeto amado?