ODISSÉIA
Para a vida irrompemos
como a borboleta que se desfaz
do seu casulo de aço
e encontra no ar o sustento
de suas asas coloridas.
O homem, porém, não foi feito
de asas
Antes sim da insaciável consciência perante
o indescritível, essa contínua capacidade
de incitar o universo das coisas ocultas, e
nele mergulhar sempre e mais, no eterno jogo
de esconde-e-acha com Deus.
E qual o limite da existência, vista sob a ótica
do indivíduo?
Pode ele proferir discursos grandiloqüentes,
com suas mãos projetar torres e guindastes monstruosos
farejar o ínfimo subatômico
ou mesmo a matéria dos sonhos, diluída na teia de
neurônios.
O homem, senhor do seu tempo,
que deste mesmo tempo se faz cativo, imperceptivelmente.
Qual será o fim da vossa empreitada, afinal?
* * *
Goiânia, 27 jan 2007