ESPELHO
Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles
Que ninguém se engane:
os caminhos são tortos
E no sertão do ser
– deserto e mar
nossos de cada dia –
o outro nome do nome:
HOMEM
E no oráculo antolhar:
a imagem é a dor escarlate
de um labirinto
onde vago vago
E indaga o oráculo:
– Qual a tua graça?
Como o quem? Saber como?
Tal Torquato com fé ficciono
e confecciono a palavra
Poeta há de ser a graça
E indaga o oráculo:
– O que fazes de teus passos?
O que dizer dos rastros
conquanto já não são meus?
Como aquele Minotauro cego
sigo pela noite
guiado pela menina poesia
E o oráculo:
– Não haverá mais tempo
apenas a poesia:
Mãe e Manhã