IDENTIDADE
Dentro de mim
ando por um bosque espesso
em caminhos acidentados,
que de vez e quando,
colhe das árvores o seu fruto
entre pedras e flores de sentimentos.
As vezes com facão nos olhos,
corto o mato que arranha e
desenha marcas no meu rosto.
Respiro insetos e perfumes.
Ora estou com os pés na lama,
ora meus pés em pétalas de plantas.
Sei que nasci ancorado por um penhasco.
Aonde o medo cresce e morre.
Assim retenho a luz com seus pincéis
no meu quadro negro.
Se caio doente com meus sons desesperantes,
curo-me com o gorjear dos pássaros.
Vou como quem tateia o infinito.
Como quem desvenda no bosque
um abismo que nunca chega,
pois sou ele...sempre fui ele
desde que nasci.
Por isso ando vivo
e vivo a andar sempre...
a abismar-me
infinitamente.