IDENTIDADE

Dentro de mim

ando por um bosque espesso

em caminhos acidentados,

que de vez e quando,

colhe das árvores o seu fruto

entre pedras e flores de sentimentos.

As vezes com facão nos olhos,

corto o mato que arranha e

desenha marcas no meu rosto.

Respiro insetos e perfumes.

Ora estou com os pés na lama,

ora meus pés em pétalas de plantas.

Sei que nasci ancorado por um penhasco.

Aonde o medo cresce e morre.

Assim retenho a luz com seus pincéis

no meu quadro negro.

Se caio doente com meus sons desesperantes,

curo-me com o gorjear dos pássaros.

Vou como quem tateia o infinito.

Como quem desvenda no bosque

um abismo que nunca chega,

pois sou ele...sempre fui ele

desde que nasci.

Por isso ando vivo

e vivo a andar sempre...

a abismar-me

infinitamente.

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 29/01/2007
Reeditado em 27/02/2007
Código do texto: T362427