Avesso
Angélica T. Almstadter
São tantas as horas que atravesso
Calada nesse meu processo
Em que sonho com a doce ventura
De possuir e ser possuída sem censura
No fio da minh´alma do avesso
Plasmada em corpo espesso
Será que chega o amor que mereço
Nesse quarto de hora que padeço?
Ou a história se conta torta
Buscando no alívio que conforta
Sem antes experimentar
O segredo audaz do galopar
Que cobre o corpo de promessas
Segredado em tantas conversas
O desenho do teu corpo na minha aura
Faz a diferença que restaura
A mente em corpo são
Regido agora pela paixão
Que ilumina os quartos da solidão
Antes nunca arejados
E palmo a palmo devastados
Nos momentos poucos visitados
São claras as noites de desejo
Que me entrego sem pejo
As mãos derramando poesias
Degustando amor e fantasias
Sonhando mais que o permitido
Com esse amor desmedido
Que tatua minh´alma na entrega
E quando busco me cega...