Avesso

Angélica T. Almstadter

São tantas as horas que atravesso

Calada nesse meu processo

Em que sonho com a doce ventura

De possuir e ser possuída sem censura

No fio da minh´alma do avesso

Plasmada em corpo espesso

Será que chega o amor que mereço

Nesse quarto de hora que padeço?

Ou a história se conta torta

Buscando no alívio que conforta

Sem antes experimentar

O segredo audaz do galopar

Que cobre o corpo de promessas

Segredado em tantas conversas

O desenho do teu corpo na minha aura

Faz a diferença que restaura

A mente em corpo são

Regido agora pela paixão

Que ilumina os quartos da solidão

Antes nunca arejados

E palmo a palmo devastados

Nos momentos poucos visitados

São claras as noites de desejo

Que me entrego sem pejo

As mãos derramando poesias

Degustando amor e fantasias

Sonhando mais que o permitido

Com esse amor desmedido

Que tatua minh´alma na entrega

E quando busco me cega...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 06/02/2005
Código do texto: T3638
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