Sossego da alma
Desperto do meu cansaço
em fórmulas antigas
numa espécie de paixão assolapada
envernizada por um raio de sol
acordo do meu silêncio num só olhar
de uma só vez
com um toque teu no meu estômago
na minha tez agora iluminada
um aperto de dedos contra mim
num olhar que me transcende
segreda
consome num tempo luz
sem palavras
e eu que tenho tanto a dizer
tantas vidas...Outros tempos...Tanto tempo perdida!
Paz que sossega a minha alma inquieta
sempre irrequieta...Ilusão...
Eu sou esta, não aquela que ali chegou de pés descalços,
sem nada nas mãos
sem nós nos dedos
e cheia de dores e feridas por curar
sem esperar nada...
Eu sou esta
que ri do nada
dorme no silêncio
sossega o corpo, se entrega
e inquieta perante a presença de uma luz...
sonho que dure sempre
este silêncio
esta solidão acompanhada
este abraço à volta da minha cintura
esse olhar teu que se alimenta do meu...