Sossego da alma

Desperto do meu cansaço

em fórmulas antigas

numa espécie de paixão assolapada

envernizada por um raio de sol

acordo do meu silêncio num só olhar

de uma só vez

com um toque teu no meu estômago

na minha tez agora iluminada

um aperto de dedos contra mim

num olhar que me transcende

segreda

consome num tempo luz

sem palavras

e eu que tenho tanto a dizer

tantas vidas...Outros tempos...Tanto tempo perdida!

Paz que sossega a minha alma inquieta

sempre irrequieta...Ilusão...

Eu sou esta, não aquela que ali chegou de pés descalços,

sem nada nas mãos

sem nós nos dedos

e cheia de dores e feridas por curar

sem esperar nada...

Eu sou esta

que ri do nada

dorme no silêncio

sossega o corpo, se entrega

e inquieta perante a presença de uma luz...

sonho que dure sempre

este silêncio

esta solidão acompanhada

este abraço à volta da minha cintura

esse olhar teu que se alimenta do meu...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 01/02/2007
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