TrABAGICO

A luz matutina vasa

Da cortina

Da janela

Do quarto.

Revelando um envelhecido desgosto

Meu rosto

No cristalino

Do espelho.

Minha alma vive a me assombrar

Com fotografias

A se consumir

Em febre terçã.

Sob o manto do alcatrão

A pele exala

Odor

Do cinzeiro.

Na mesa posta já não encontro

Aromas

Café da manhã

Teu cheiro.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 22/07/2005
Reeditado em 22/07/2005
Código do texto: T36690