Fértil e Lisa

Ao meu chão

um rio a lágrimas

sem peixe, sem fruto,

sem vida.

Não nutre os pés

quem sucumbe

e as mãos ao ralo

impedidas.

Se venta é mar

turvo e hostil

sem mesmo

estiva.

Mas força ferve,

nuvens no teto

que -fato- não

precipita.

Um rio, um mar

em lágrimas,

lago em que banho e

não contagia.

Bebo da fonte

a força e faço

de mim bagaço

que reviva.

Caminho sobre

o que afogava

e faço as malas

já de partida.

Abro as comportas

de tal represa

e o que estorvava

vai à avenida.

Se espalho força

e, cá úmido,

faço eu mesmo

a faxina.

Outrora poço,

no quarto agora

nascem virtudes

mais aguerridas.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 16/05/2012
Código do texto: T3671398
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