A eterna criança

Os anos passam,

nos cabelos os fios embranquecem,

algumas memórias se perdem,

e diante do olhar não temos só as paisagens,

já se fazem notórias as lentes.

É o tempo não perdoa,

Mesmo aos que o desfrutam sem cerimonia.

Também apresentam linhas de expressão

em seus traços.

As marcas do tempo em seus retratos.

Conservamos de nosso nossas lembranças,

Dias que vivemos.

Ainda no peito o amor balança,

A cada cardiaco movimento.

E não é por já bater a mais tempo,

Que o coração está um pouco lento.

Os sonhos não cessam porque envelhecemos,

Eles mundam de canal.

Nem tampouco sonhamos menos,

Só os sonhos que não são os mesmos.

E a face fica tão digna, com a moldura grisalha.

E temos ainda desejos,

Ainda mantemos anseios,

Também possuimos algum medo.

Ainda que a maturidade nos dê uma aura de segurança.

E o quintal ainda é repleto de crianças,

Há gritos e risos e elas correndo,

Mesmo que já não sejamos nós mesmos,

E sim as nossas crianças.

Estou envelhecendo...

Estranho, ainda ontem era só uma criança.

Eu cheguei a imaginar que mamãe e papai eram eternos,

Que eu seria sempre uma criança.

Mas eu também estou envelhecendo...

Estou envelhecendo e nem deixei de ser criança,

Como é mesmo o ditado?

Ah agora me lembro,

E só agora eu entendo quando dizem:

“Quando envelhecemos voltamos a ser crianças”.

Princesa Lara
Enviado por Princesa Lara em 18/07/2012
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T3784356
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