Redondilhas Brancas

Ouve, Maíra, o quão suspira

a minha voz em teu ouvido,

recitando versos livres.

Ouve, o eco do nosso amor,

sussurros, berros poéticos.

Ouve, meus dentes no teu ombro,

a flor no chão, ainda lépida.

Ouve, Maíra, o quão cintila

a alma do poeta com tua alma,

enfeitiçadas, trançadas.

Ouve, o murmúrio da vida,

do sol, do mar, dos teus sonhos,

das noites inesquecíveis.

Ouve, esse meu estribilho,

a minha clarividência,

meus poemas em teu elogio.

Ouve, Maíra, o quão desfila

sobre avenidas de vidro,

minha paixão, exuberante

diante dos olhos do mundo.

Ouve, os soluços saudosos

da minha boca e da tua,

lembrando os beijos bravios.

Ouve, os nossos corpos juntos,

num lúbrico frenesi,

amando-se em carne viva.

Felipe Melo
Enviado por Felipe Melo em 10/02/2005
Código do texto: T3888