A CURVA

No caminho, encontrei uma longa curva

que me despejou do seu destino.

Perdi o que pulsava,

que me acomodava no seu jeito,

seus pés viajantes...

Por isso, andava agora apressado.

A curva interminável desfez-nos.

Caminhava de lado,

sempre o mesmo lado.

Só havia um lado...

que eu partia sem saber,

das suas costas,

o outro lado meu,

obscuro.

Entendia agora ,

que a curva nem sempre alimenta o caminho,

as vezes nutre o labirinto,

destinos dos pés doentes.

Grávido de dor,

paria as lágrimas do dia,

Vencia o caminho,

das minhas lágrimas tardias.

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 23/02/2007
Reeditado em 23/02/2007
Código do texto: T390191