Vidas que vivemos no cais do porto

No cais do porto, um barco a deriva

Um negro com dentes de ouro

O cigano com o timbal na mão

João veste um jeans

E Gabriela roda a sua saia vermelha

Beijo na boca, gerânio nos olhos

Temos aqui uma mulher com uma tulipa na nuca

Gal canta e a torcida grita gol

No cais do porto, na cama do quarto

Billie Holiday vibra e o silêncio age

É uma não ação

A ação da inércia

No palco do Vila Velha

Numa cama fétida da Montanha

Somos transeuntes

Entre letras, acordes e parados nos semáforos

No gozo, na loca, na via, na veia

Há sangue, sangue vermelho, carmim

No cais do porto, maresia, Contorno

Há sangue, segue o medo, o freio.

Deijair Miranda
Enviado por Deijair Miranda em 23/10/2012
Código do texto: T3947509
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