Coisas de poeta

O poeta consegue brincar com os próprios pensamentos.

O que dizer sobre ele? Pois se diz muitas coisas deve estar exagerando.

Se, por outro lado, diz poucas coisas deve estar se omitindo.

Mas ele deixa as reservas e conta de peito aberto o amor que vive,

Sem incorrer na possibilidade do exagero, sabe viver a hora do lobo.

E nas sombrias passagens noturnas, no meio de muitas palavras,

Consegue vencer os maus pensamentos que o invadem.

Propõe, sempre em palavras, setas que ganham vida e acertam almas.

Não espera que a vida lhe roube a ilusão de falsos amores prometidos,

Pois a vida, não os nega nem espera, passa breve e vertiginosamente.

É preciso deixar que o dia de ontem vá se juntar aos outros ontem.

Não há que ficar maluco ou nem mesmo morrer no abandono da solidão.

E assim, em canção de amor, chora carinhos dentro dos próprios olhos.

Afinal, o amor é um prelúdio que nunca morre e tráz muitas lembranças.

Necessário se faz abandonar a formalidade, dispensar rimas e métricas,

Aproveitar a inspiração, seguir a intuição, pois afinal são coisas de poeta.

Laerte Creder Lopes
Enviado por Laerte Creder Lopes em 02/11/2012
Reeditado em 06/11/2012
Código do texto: T3965601
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