Poema Búdico

Aprendi a suportar as infinitas aflições quando o sol se esconde

E a ter a tranquilidade de um velho que nada mais da vida espera

Não amo mais o que não posso ter chamo somente a quem me responde

Em meu olhos olvida o ímpeto e o ódio quase não mais reverbera

Procuro não afogar as mágoas tento convencê-las a ir embora

Embora tome uma bebida para suportar melhor a madrugada

Não esperarei que a vida me convide a partir saberei a minha hora

Se o caminho não me é conducente mesmo triste tomo outra estrada

Incrível como duram os dias duros a dor no escuro se agiganta

por isso couracei meu coração e meu espírito com adamanto

guardo um grito grânulo mas que ecoará um dia tão grave da garganta

Que destruirá os mitos ritos e tornará inúteis riso e pranto

Um dia desvesti minha vida e ao vê-la desnuda

Vi a irrelevância da existência irreal disforme e corroída

então declarei-me guerra venci-me qual valoroso Buda

Por fim descobri que envelhecer é a decomposição da carne em vida.

Luiz Gonzaga Leite Fonseca
Enviado por Luiz Gonzaga Leite Fonseca em 10/11/2012
Código do texto: T3979148
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