MUSA DO PECADO

Faz de conta,

Faz de conta que sou poeta

Que escrevo versos no teu coração

Que me fiz luz dos teus dias

Que me fiz sorriso nos teus lábios

Que sou da tua felicidade, ilusão.

Faz de conta, faz de conta.

Faz de conta que descobri os segredos da tua alma

Que tenho o manual do prazer

Que desperto em ti o mais íntimo desejo

Que faço tua carne de amor delirar

Que sou a razão do teu viver.

Faz de conta, faz de conta.

Faz de conta que este poema não tem fim

Que o fogo dessa paixão nunca vai findar

Que nosso caso é um caso sem solução

Que vivemos a bonança do eterno janeiro

Que as águas de março não vão chegar.

Faz de conta, faz de conta.

Mas se você quiser me dominar

E fazer tudo do seu próprio jeito

Por favor, não me mande recados

Inverta a rotina de nossos papéis

Crave suas garras no meu peito:

E me faça pecar seus pecados.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 03/08/2005
Código do texto: T40030