Poema ao Amor Nascente

Aqui onde se cruzam saudades e palavras

É o olhar que te conduz até mim

É farta a memória para te soletrar

No mais íntimo caminho dos meus silêncios

À beira do refúgio de todos os pensares

A lassidão do inconfesso, do jamais dito

E todo o mistério do coração

Que me suscita a inevitável entrega

Não temo, nunca temi o êxtase da emoção

Apossando-se de qualquer prudência

Apetece-me o afeto, o sorriso da pele

Toda ternura e o delírio imprevisível

Nenhum instante se eterniza

Se nos falta a coragem para vivê-lo

Levo aos lábios o cálice deste amor

E anuncio-te à voz que se fazia afônica

Emudecida por teus senões e hesitações

É mesmo a realidade que liberta o sonho

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 06/03/2007
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T402955