VAMPIRO

Sim, beberei teu sangue

todo o teu sangue

e viajarei em tua face

teus peitos tua bunda

e me vomitarei todo

dentro de tua boceta

e aí saberás como goza

um verme um deus

E não importa

não me importam

as portas fechadas

pois as arrombarei

e meterei a cara

e quebrarei a cara

e estarei sempre lá

– entre o caos e

os teus buracos-negros –

estilhaço quebrando a cabeça

compondo e decompondo

este quebra-cabeça

que é o eu

Mas saiba que sempre

sempre compreenderei

a tua boceta florida

floreada fodida

fadada ao ferro

que trago e sou

Sim, beberei teu sangue

quão saboroso é o vinho

que corre em tuas veias

José Inácio Vieira de Melo
Enviado por José Inácio Vieira de Melo em 06/08/2005
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