Vendo
Pode-se amar vendo,
água, rios no teu olhar?
Só ver, estender linhas infinitas no teu corpo,
adivinhar a doçura do tempo.
Posso tocar-te com palavras, só pequenos versos
de circunstância?
Dedilhar memórias na pele, só de ver, corar.
E dos cabelos, donde trouxestes as manhãs,
os pássaros em romãs?
Ai, que não tenho idade para tanto,
Mas, só de passagem, faz de conta, dá-me o teu olhar