Vendo

Pode-se amar vendo,

água, rios no teu olhar?

Só ver, estender linhas infinitas no teu corpo,

adivinhar a doçura do tempo.

Posso tocar-te com palavras, só pequenos versos

de circunstância?

Dedilhar memórias na pele, só de ver, corar.

E dos cabelos, donde trouxestes as manhãs,

os pássaros em romãs?

Ai, que não tenho idade para tanto,

Mas, só de passagem, faz de conta, dá-me o teu olhar

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 11/03/2007
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