Elegia beat

Onde está o fantasma do velho drogado

Que outrora assombrava

Minhas mãos que escreviam

Onde está o guru barbado

De hábitos poéticos reprováveis

Falando de merda como quem fala

Da mais sublime das experiências

E o prolixo querubim estradeiro

Enxergando transcendência na imundície

Destruindo seu pacato angélico fígado

Com vinho de má qualidade

Onde estão todos esses loucos

Que me deixaram maluco

Com suas metáforas e imagens

Com seus versos e melodias

Com suas luzes sombrias

Sinto-me tão solitário

Sem suas palavras ressoando

Na antecâmara de meus miolos

Seus móbiles semânticos

Delirantes jogos quânticos

Flutuando feito santos

Ascendendo ao infinito

Sei que todos têm o direito

De exercer sua trôpega carne

Até os limites da própria patologia

Mas quem diria que eu estaria

Sozinho aqui

Sobrevivendo a mim mesmo

Apenas para senti-los esgotados

Em minha imaginação moribunda

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 20/01/2013
Reeditado em 20/01/2013
Código do texto: T4094438
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