ABOMINAÇÃO

Eu te vejo,

te observo

bem perto

de mim.

Te vejo assolando

almas,

consumindo corpos.

Te vejo aqui,

na beira do cais

e em tantos lugares mais.

Tento descobrir

tua razão,

teu porquê

de ser.

Encontro a razão

mas não entendo;

talvez tu possas

desaparecer

pela mágica

de um punhado

de moedas na mão.

Talvez, não.

Talvez tu

possas se esconder

diluída no volume

de uma seringa.

Ou num pedaço de pael

aceso.

Sei lá.

Não queria mais te ver...

Infelizmente,

neste caso,

querer não é

poder.

mas, quem sabe

um dia?...

Sim! Um dia no qual

não mais existirás,

Miséria.

11 de Agosto de 1988

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 31/01/2013
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