Carne viva.

Então você surge de qualquer maneira

E passional arrecado tuas falas

Bebo teus gozos, louca quero mais.

Passeio na mentira de teus recados

Imagino-te o deus de ontem

Na escada de meus amores adolescentes.

Vibro a boca, tremo pernas,

Consulto o que quero, o que não devo

E caio, pervertida molecagem aos teus braços.

Nasci fêmea as tuas vontades

Se há preconceito diante de tal querer

Não temo o prazer de viver-te.

O beijo que morde minha língua

Saliva-me os lábios e o que pensam os outros

Cabe castigo aos tolos despercebidos.

Meu único desespero é tua carne

A consolidar as digitais do desejo

Na viva noção dos meus anseios.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 17/03/2007
Reeditado em 17/03/2007
Código do texto: T415856