Atrevida
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Atrevo-me a escrever versos
mesmo que suas rimas sejam pobres
eles contam meus reversos,
atrevo-me a escrever poesia
mesmos sem ritmo nem harmonia
ela conta minha carestia.
Sim, atrevo-me a escrever,
e não importa do versar o saber
você comigo não rima...
Ritmo?
Onde está agora o meu istmo?
Sem ti não chego a nenhum lugar
desarmonizo até a linha do mar,
não rimo nem encanto,
para os versos, olho com espanto...
Porque será meu amor
que insistes em rimar com dor?
Não sabes que não tem nenhum valor?
Ouro sim seria,
conseguir quem sabe, a proeza
de rimar sem pobreza,
escrever versos alexandrinos
sem parecer mais um cabotino.
Então te ofertaria um sarau
e de versos faria uma nau,
para navegares sem oriente
e teres de aportar em mim... finalmente!