Atrevida

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Atrevo-me a escrever versos

mesmo que suas rimas sejam pobres

eles contam meus reversos,

atrevo-me a escrever poesia

mesmos sem ritmo nem harmonia

ela conta minha carestia.

Sim, atrevo-me a escrever,

e não importa do versar o saber

você comigo não rima...

Ritmo?

Onde está agora o meu istmo?

Sem ti não chego a nenhum lugar

desarmonizo até a linha do mar,

não rimo nem encanto,

para os versos, olho com espanto...

Porque será meu amor

que insistes em rimar com dor?

Não sabes que não tem nenhum valor?

Ouro sim seria,

conseguir quem sabe, a proeza

de rimar sem pobreza,

escrever versos alexandrinos

sem parecer mais um cabotino.

Então te ofertaria um sarau

e de versos faria uma nau,

para navegares sem oriente

e teres de aportar em mim... finalmente!

Katia Silene Ceregatto Venturoli
Enviado por Katia Silene Ceregatto Venturoli em 17/03/2007
Código do texto: T416080