Padece aquele que crê, na fé nula da mula que carrega a paz

Ontem, enquanto navegava pela cidade amaldiçoada

lembrei que ainda vivem lá, seres que amo

e que todo caminho de pedregulho

vira asfalto um dia

melhorias, ok, há tempos não vejo

e quando vem são tão impacientes

beijam meu rosto e dão meia volta

num instante volta a angustia

eu nunca pensei que iria acontecer

e quando vi minha lagrima pingar no meu pé

acordei, vi que tudo pode acontecer

mesmo aquilo que menos deseja

o mais cruel da vida é estar aqui

enquanto você ri a noite

eu choro de manha

a tarde, finjo , estar bem

confiança é sentimento vendado

sem verdade, fica tudo estragado

o amor, o ódio , a esperança

de que vale crer, se a crença é nula

nula mula que não toma banho

que espera a água vir do céu

que bate os ombros sem mexer os ossos

que ri com dentes que não possui mais

lembro de brincadeiras inocentes com minha irmã

hoje ela tem ombros largos, carrega peso e tricota lã

cria meninas, cuida da casa, beija seu marido

dorme insana

se eu fizesse poemas, refletindo sobre o amor

diria eu quase insatisfeito que não sei mais o que dizer

eu vi desespero e nada fiz, dei aconchego e me encolhi

virei nas tardes em que multidões dormiam quietas, sem proceder e vomitei

ontem li o livro da morte, lá haviam frases constantes de fé

mas o dinheiro que habita o minuto

revela o quanto a gente vai padecer

eu quero agora, ir pra cordilheira do amparo da paz

rdeorristt
Enviado por rdeorristt em 26/02/2013
Código do texto: T4160934
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