O Veleiro e o luar
Lanço velas ao mar - mesmo me sentindo um tolo viajante.
Vou deixando passar o tempo ao sabor das vagas que me levam.
Não há tristeza nas ondas do mar quando por ela se deixa levar.
Não desejo ser um viajante covarde, embora seja tarde pra gritar
A paixão contida e retraída que arde em constante dor.
Queria tanto derrubar de vez qualquer dúvida,
Ter argumentos para me defender e ser verdadeiro navegante,
Para poder transformar essa viagem em uma façanha épica.
Não quero ser personagem obscuro, manipulado pela história oficial,
A quem se atribui às grandes descobertas a um mero erro topográfico,
Pois sempre tive a intenção de aportar diretamente em teu coração.
E se anseio essas emoções, necessário se faz vencer as ondas do mar,
Embalar nesse vai e vem e sem muita pressa me deixar levar.
Pois, afinal por que ser como o garboso veleiro que vive fugindo do brilhante luar?