Não desisti de mim

Fragilizada pela vida,
Sozinha... E as recordações...
Minha face desprotegida
É máscara de frustrações.
 
Arrebataram o meu ego.
Não sou mais aquela que fui.
Por um mundo louco trafego,
Mesmo o sorriso se dilui.
 
Não falo com facilidade...
Dias e noites esquecida...
Até nem sei se tenho idade
Ou história sobrevivida.
 
A memória também me esquece
Nem a canção de ninar lembro.
Entoava sempre... como prece...
Alterava ao chegar dezembro...
 
Há clarões na mente estagnada.
Preciso preencher os escuros,
Restituir-me a vida roubada,
Alcançar estágios seguros.
 
Espantar todos os meus medos,
Não alimentar a saudade,
Contar bem alto meus segredos
E usufruir da liberdade...

 
Mardilê Friedrich Fabre
 
Imagem: Google
 
Respeite os direitos autorais