PLANTÃO DA LUA

Esconde-se o dia no cinzento da tarde

Tons alaranjados despedem-se da luz.

Atrevida e garbosa a noite fogosa

espera pelo luar.

A lua sobre a cidade solitária

não dorme, não pode descuidar...

Vigia silenciosa o mundo que

Precisa descansar...

Lá embaixo corações em desalinho

Almas errantes nos becos dos desencontros.

Travam-se guerras entre o bem e o mal.

Entre a terra e o mar nesta noite estrelada.

Na garganta na noite ecos sufocados

Gemidos se perdem e ais se escutam

Amantes se dão...juras trocadas...

Soluços de ida, beijos de volta na rota

disforme da noite de lua.

A cidade vai cumprindo seu estranho

E rápido destino, engolindo seus silêncios.

Escondendo nas luzes os escuros dos mortais.

Músicas são cantadas, sons dispersos se

Espalham no ar...

Uma folha escrita, um poema inacabado

Ficará desfalecido na solidão...

Alguém partiu e não disse nada na

Madrugada de lua deixando a lágrima

cair na nudez do mundo.

Até que amanheça, vidas serão tragadas...

Rebentos de luz nos nascimentos marcados

Serão como canteiros de manhã orvalhada.

Na quietude desta noite velada pela lua.

Ainda nos retalhos da noite, resplandece o dia.

Sol sonolento, tão calmo e sereno

Não imagina a luta ferrenha enfrentada

Neste plantão da lua.

Lumar
Enviado por Lumar em 24/03/2007
Código do texto: T424119