CHAMEM UM INCENDIÁRIO (E NÃO O BOMBEIRO)
Caixas e gavetas,
metades de livros velhos:
retratos ociosos,
terrenos perigosos.
Paisagens de sonho
do ontem.
Pesadelo do amanhã.
Abri-los é risco.
Caixas de Pandora.
Bombas nucleares.
No cogumelo
baila a poeira
assentada
das mágoas enterradas.
Bilhetes e cartas antigas
esquecidas nestes abrigos
abrem feridas cobertas
por esparadrapos velhos:
a cola está pouca
e as escaras ressurgem.
Nesses casos
a receita mais sábia
é chamar um piromaníaco.
Débora Denadai
Enviado por Débora Denadai em 13/08/2005
Código do texto: T42485
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